13/09/2022
Nos últimos meses, as empresas brasileiras sofreram uma série de ataques cibernéticos e a tendência, segundo pesquisa realizada por uma empresa de cibersegurança em parceria com o Ponemon Institute, é que os episódios de violação aos bancos de dados cresçam ainda mais.
O estudo mostra que 80% das organizações globais correm o risco de sofrer um ataque nos próximos doze meses, com alta probabilidade de afetar informações de seus clientes.
E os ataques não são exclusividade das multinacionais. Os crimes virtuais têm ocorrido cada vez com mais frequência no Brasil. De acordo com o levantamento, não é só o número de ataques que aumenta, mas o valor do resgate pedido pelos cibercriminosos também.
Continue a leitura e confira quais são os principais riscos para a segurança digital, como está o Índice de Risco Cibernético e como se proteger.
Ainda de acordo com a pesquisa, episódios de roubo de dados devem continuar crescendo e oito em cada dez organizações globais correm o risco de sofrer um ataque em 2022. Além disso, não é só o número de ataques que aumenta, o valor do resgate pedido pelos cibercriminosos também.
Entre as organizações ouvidas pelos pesquisadores, 86% disseram ser “muito provável” que sofram ataques cibernéticos graves nos próximos 12 meses. Além disso, 24% disseram ter sofrido mais de sete ataques cibernéticos que se infiltraram em redes/sistemas, contra 23% do relatório anterior. Os dados mostram ainda que cerca de 20% das companhias entrevistadas sofreram mais de 7 violações de dados de clientes em 2020, sendo que, no ano anterior, essa fatia era de 17%.
O relatório investigou o nível de risco cibernético em mais de 3.600 empresas de todos os tamanhos e setores para criar o Índice de Risco Cibernético (CRI), medida abrangente da lacuna entre a postura de segurança atual de uma organização e sua probabilidade de ser atacada. As corporações analisadas eram de diferentes continentes, entre eles América do Sul, América do Norte, Europa e Ásia-Pacífico, fornecendo, assim, uma visão global do nível de risco das organizações.
A pesquisa constatou a necessidade de uma estratégia mais sólida de segurança, pois a média atual do Índice de Risco Cibernético está em -0.42, sendo que esse resultado é baseado em uma escala numérica de -10 a 10, com -10 representando o nível mais alto de risco.
O roubo de dados tem ocorrido com muita frequência no Brasil. Com a pandemia, até os hospitais começaram a enfrentar o problema. E, nos últimos meses, uma série de ataques cibernéticos afetou empresas como JBS, Grupo Fleury e Renner, cujas invasões deixaram fora do ar o e-commerce e os totens de autoatendimento. Em muitos casos, os hackers pedem milhões de reais para devolver as informações roubadas.
No primeiro semestre deste ano, o valor médio pago por uma empresa para recuperar dados de cibercriminosos chegou a R$ 3 milhões, um aumento de 82% sobre 2020. Em média, os criminosos exigiram R$ 5,3 milhões para devolver ou não publicar as informações.
O principal tipo de ataque listado pela pesquisa foi o "man-in-the-middle", ou MITM, em que criminosos interceptam operações como transações bancárias online, e-mails ou chats, fingindo se passar por outra fonte.
Como o próprio nome sugere (homem no meio), nesta modalidade o hacker coloca suas armadilhas entre a vítima e os sites relevantes, como bancos e contas de e-mail. Estes ataques são eficientes e difíceis de serem detectados, especialmente por usuários inexperientes ou desavisados.
E a pandemia contribuiu para a vulnerabilidade, pois, com o mundo ainda mais conectado devido à Covid-19 e a pressa de implantar soluções para facilitar o acesso remoto, muitas empresas se esqueceram de reforçar a segurança dos seus sistemas e, assim, se tornaram alvos fáceis, expondo seus bancos de dados.
O conceito por trás do ataque MITM é bastante simples: o invasor se posiciona entre duas partes que tentam comunicar-se, intercepta mensagens enviadas e depois se passa por uma das partes envolvidas.
O segundo golpe mais recorrente é o ransomware (crime conhecido pela junção das palavras ransom, que significa resgate e malware, nome dado a softwares invasores), por meio do qual, basicamente, um tipo de malware que sequestra dados da vítima bloqueia o sistema e proíbe o acesso ao computador até o pagamento do resgate que, geralmente, é em forma de bitcoins.
Atualmente, ao invés de bloquear o teclado ou o computador, os arquivos são criptografados, por meio de uma chave privada que só os autores do ataque de ransomware conhecem. No entanto, não há garantia de que ao pagar o resgate eles devolverão os dados.
O estudo identificou as cinco principais áreas de risco, sendo:
Nessas áreas, os cinco principais fatores de risco globalmente indicados pelos respondentes da pesquisa para a segurança em nível global são:
De acordo com as organizações ouvidas, as cinco principais consequências negativas de um ataque são:
Segundo mapa interativo que mostra os ciberataques ao redor do mundo, é possível identificar que, no Brasil, a maioria dos ataques parte do território nacional e que, em termos globais, o país é o segundo maior alvo de cibercriminosos.
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