07/03/2022
Apesar de ser o gênero que mais possui curso superior, segundo informações do Fórum Econômico Mundial, as mulheres ainda encontram muitas dificuldades no mercado de trabalho. E no setor de tecnologia não é muito diferente, pois a igualdade de gênero em TI ainda é uma realidade um pouco distante.
Além da desigualdade, há diferença salarial e a falta de representatividade das mulheres nas empresas de tecnologia. Apenas 25% dos profissionais de TI são mulheres, de acordo com o Fórum. Esses são alguns motivos que as fazem desistir de seguir carreira em STEM (Science, Technology, Engineering and Mathematics).
De acordo com o Fórum, apenas 36% de quem se forma na área de tecnologia são mulheres, sendo que somente 25% atuam no setor. Isso se reflete no baixo número de pesquisadoras ao redor do mundo: 30%, segundo o relatório produzido pela Unesco, “Decifrar o código: educação de meninas e mulheres em Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática em STEM”.
Esse estereótipo de que TI seria um setor pelo qual os homens se interessam mais, bem como a disparidade de gênero na participação e no desempenho na educação em STEM, é enraizado e antigo.
Existe um histórico social e cultural, principalmente no Brasil, que impede as mulheres, desde crianças, de acreditar que podem atuar na área de tecnologia, criando um intelecto de que computador é apenas para meninos. Esse fato se deve à segmentação de gênero em relação às carreiras, ainda na fase inicial da escola, quando as meninas são desencorajadas a cursar disciplinas em exatas e ciências. E pouco, ou quase nada, é feito para engajar e despertar tal interesse.
Esse estereótipo de que TI seria uma área para homens acabou afastando ainda mais as mulheres, criando um ambiente hostil para o gênero feminino, desde a formação até o ingresso no mercado de trabalho, seja em situações de assédio pelos colegas ou professores ou até mesmo pela desconfiança na capacidade dessas profissionais de realizar um bom trabalho.
Felizmente, esse cenário vem se modificando, ainda que gradualmente, graças a iniciativas de combate ao machismo e redução da desigualdade de gênero no setor, cada vez mais frequentes, desenvolvidas por empresas e governos.
Ciência e gênero estão no centro dos debates, embasados por pesquisas e publicações que abordam a desigualdade na área de TI e fazem com que o setor reflita sobre o tema, promovendo maior conscientização.
Mesmo ainda sendo uma porcentagem baixa, a presença das mulheres em cargos de liderança em empresas globais também colabora com esse avanço, trazendo representatividade a elas e incentivando-as a seguir carreira e entrar nesse setor.
Como pensar em um produto que resolva os problemas de mulheres, se sua empresa só tem homens?
Essa pergunta mostra como é importante ter uma maior diversidade de gêneros, para que a indústria possa atender melhor as consumidoras, com produtos e serviços pensados por mulheres e para mulheres.
Para que as empresas avancem, é essencial ter um ambiente que atraia mais mulheres, pois, dessa forma, cria-se um uma maior diversidade e inovação. Para isso, é necessário que as empresas estejam abertas a essas mudanças.
Contratar talentos com potencial de desenvolvimento é uma excelente alternativa, pois, além de moldar as habilidades da funcionária conforme as necessidades da organização, sem dúvida, será mais vantajoso e efetivo do que ficar buscando, muitas vezes sem sucesso, uma profissional “ideal”.
Outra alternativa é reintegrar profissionais experientes que fizeram uma pausa na carreira, mas que desejam voltar ao mercado de trabalho. Geralmente, as mulheres fazem essas pausas devido à licença-maternidade ou para criar os filhos. Essa reintegração funciona como uma ponte de volta aos cargos de alto nível, ajudando a profissional a atualizar seus conhecimentos, habilidades e experiências.
Como empresa de tecnologia, aproprie-se do papel de líder na revolução e liderança e adote o modelo de trabalho flexível e remoto, permitindo que as profissionais encontrem equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, entregando, muitas vezes, trabalhos e projetos com qualidade superior aos que seriam entregues em jornadas engessadas e presenciais.
O aumento da diversidade de habilidades e de gênero no setor de TI dá suporte para o desenvolvimento da indústria. Na EsyWorld, queremos atrair e reter os melhores talentos de todos os gêneros e, por isso, os departamentos de TI e RH trabalham juntos para, além de conscientizar os colaboradores contra práticas machistas e sexistas, zelar pela igualdade de gêneros na área.
Todos temos a responsabilidade de combater este estereótipo e promover a TI como uma indústria dinâmica, interessante e receptiva. Isso inclui valorizar as mulheres e promover atividades que garantam que todas tenham contato com o mundo da tecnologia desde cedo.